Bom dia people, hoje resolvi falar um pouco sobre os fuzileiros, ou pelo menos o que eu penso sobre o que é Ser fuzileiro.
Como já sabem, ou deviam saber, eu sou fuzileiro (ver 1º post), e como muitos dos meus camaradas vim para esta instituição com 19 anos e portanto com muito sangue na guelra, vim a procura de me testar nas mais difíceis e variadas situações, ao mesmo tempo que servia o meu País, pelo menos durante os 20 meses do voluntariado, o que eu não adivinhava, era o quanto difícil ia ser deixar esta instituição.
1995 Ano da minha incorporação na Marinha, mais propriamente na Escola de Fuzileiros (vale de zebro), desde essa data tenho “representado” algumas unidades e todas elas deixaram as suas marcas, uma delas ainda está muito presente e a Escola de Fuzileiros que foi a primeira vai voltar a estar, o que é certo é que todas elas contribuíram e vão contribuindo para que as raízes fiquem cada vez mais profundas.
Ao principio o que me movia era então a adrenalina, o espirito de aventura, a camaradagem que encontrei e por ultimo mas não menos importante o sentir-me especial por pertencer a tão nobre família, mas com o decorrer dos anos vão-se solidificando alguns princípios e dá-se menos importância a outros. Continuo a sentir orgulho de fazer parte desta família, ainda dou muita importância a camaradagem no intanto ao fim de alguns Anos começa-se a acalmar os ânimos a ser mais realista e descobre-se que o melhor Fuzileiro, não é o que bebe mais copos nas Docas ou o que parte mais bares quando anda a porrada, mas sim o que cumpre com a sua tarefa e respeita os camaradas tentando sempre melhorar e evoluir como militar e ser humano.
Desde que sou Fuzileiro já passei por algumas situações difíceis, e fossem elas em treinos, cursos ou missões, em todas elas foi preciso um pouco do TAL ESPIRITO de Fuzileiro (Sangue Suor e Lagrimas) e a ajuda dos camaradas( sim os mesmos que contribuíram para que fosse tão difícil ir embora), e portanto o elo que nos vai unindo (alguns já conheço desde o tempo do” acerta o passo”) esta cada vez mais forte.
No entanto nem tudo é o que nós esperamos, toda a gente sabe que os militares nem sempre foram bem vistos e os Fuzileiros também passaram por uma fase em que por um ou outro motivo foram deixados um pouco ao esquecimento pelos altos responsáveis das Forças Armadas, mas no entanto esse tempo parece que está a mudar, pois tanto a opinião pública como quem deve decidir, começam a perceber que os militares não servem só para fazer a guerra (alias eu penso que os militares servem para manter a paz, infelizmente por vezes tem de ser através do confronto armado) mas também podem e devem ser utilizados em prol da sociedade em situações de emergência , catástrofes naturais etc... , quer seja em Portugal ou em representação de Portugal num outro País do Mundo.Já devem perceber que o que me mantém neste rumo e nesta “navegação de muitas milhas” pelo mundo fora é o sentir que posso contribuir para uma sociedade melhor em que toda a gente possa viver melhor, e continuar a sentir que faço parte dos tais “FUZOS” que do Mar para a Terra e na Paz e na Guerra andam pelo Mundo fora a espalhar o tal espirito lusitano e fazer o que podem e melhor sabem para que Portugal continue a ser dos portugueses.
Espero com este testemunho ter contribuido para que se passe a olhar para os fuzileiros com outros olhos e também para que as pessoas acreditem que quem cá anda ainda tem muito amor a camisola e gosta do que faz, e aqueles que por vezes dão mais nas vistas(no mau sentido) não representam o universo dos verdadeiros Fuzileiros, estes gostam mais da discrição e o sentir do dever cumprido.